Made with racontr.com

“Foi uma evolução enorme nessas décadas que se sucederam”. As palavras são do locutor Rogério Serman, que há 56 anos trabalha com rádio e televisão. Serman começou no rádio bem jovem, quando tinha apenas 14 anos. Na época, o gravador era uma grande novidade dentro das rádios.

O locutor tem na memória a primeira vez em que entrou em contato com uma máquina de videoteipe. O ano era de 1965: “Eu me lembro até da marca, era uma Ampex 1100 e tinha o tamanho de um guarda-roupa. A fita era enorme, em branco e preto. O cabeçote de gravação durava 100 horas, apenas”.

A evolução seguiu e o contato com o computador, tempos mais tardes, seria paulatino. Na rádio, conforme relata o radialista, o relacionamento com essa máquina ocorreu, primeiramente, na área administrativa. Tratava-se de uma máquina que auxiliava na contabilidade. “Eu sou do tempo em que nós recebíamos informações através do telégrafo, das agências telegráficas. Ficava o operador ouvindo o telégrafo e transcrevendo na máquina de escrever. E hoje, com a Internet, nós temos o mundo em nossas mãos. Facilitou enormemente o trabalho”.

O avanço é tanto que, para o locutor, fica difícil imaginar para onde a evolução tecnológica nos levará. “E como eu sempre comento, ‘eu não tenho medo de morrer, eu tenho pena de morrer’”. Morrer significa estar longe das novidades e daquilo que o mundo pode proporcionar. No entanto, o radialista prefere não se atrever às modernidades, como ele chama as redes sociais. “Eu apenas acesso a Internet e transmito as notícias. Quem quer ouvir o Rogério Serman, tem que ser pelos 1080 KHz da Rádio Clube”, enfatiza.

O locutor sabe, contudo, que as redes sociais proporcionam uma interação importante entre público e produtores. Ao mesmo tempo, porém, elas acabam por invadir a privacidade das pessoas: “E eu não gosto disso”. Enquanto isso, Serman prefere fazer contato com os ouvintes através dos telefonemas. Muitos ouvintes ligam para saber detalhes sobre as informações prestadas, passar um comunicado e até mesmo informar sobre um cachorro perdido. “Tem muito disso... e é uma felicidade a gente poder encontrar um cachorrinho perdido por alguém que o ame e goste do animal”, finaliza.

Entrevista com Rogério Serman


Como foi a adaptação com o computador?


Com o computador, foi paulatinamente, aos poucos. Eu fui descobrindo o computador e claro, consequentemente me adaptando. E hoje é imprescindível.

Primeiro contato da rádio com o computador. O primeiro contato não foi na área de informação, foi na área administrativa. Foi comprado o primeiro computador administrativamente, para auxiliar na contabilidade, aquela coisa toda. E depois, claro, com a Internet, isso veio a facilitar enormemente. Estabelecendo um paralelo, eu sou do tempo em que nós recebíamos informações através do telégrafo, das agências telegráficas. Ficava o operador ouvindo o telégrafo e transcrevendo na máquina de escrever. E hoje, com a Internet, nós temos o mundo em nossas mãos. Facilitou enormemente o trabalho.


O senhor controla também a parte técnica ou é só a locução?


Apenas a locução, eu me restrinjo a interpretar as notícias que nos chegam.


Há quanto tempo o senhor está na rádio?


Aqui, nesta emissora, há treze anos. Mas de rádio e televisão, são 56 anos. Mas eu comecei jovem, com 14 anos. É uma história longa, bastante longa. Eu quando comecei no rádio, em 1960, nós praticamente não tínhamos o gravador. Era uma grande novidade o gravador. Depois, aos poucos, foi evoluindo e eu me recordo que depois, em 1965, eu fui para Curitiba trabalhar na Rádio Independência e na tevê Paraná, canal 6, na época dos Diários Associados. Na época foi que chegou, em 1965, a primeira máquina de videoteipe. Eu me lembro até da marca, era uma Ampex 1100 e tinha o tamanho de um guarda-roupa. A fita era enorme, em branco e preto. O cabeçote de gravação durava 100 horas, apenas. Então, era tudo feito ao vivo antes do advento do videoteipe. A geração de imagens era apenas por câmeras e pelo telecine. Hoje nem existe telecine. Enfim, foi uma evolução enorme nessas décadas que se sucederam. E como eu sempre comento, “eu não tenho medo de morrer, eu tenho pena de morrer”, porque a evolução está sendo tão grande nos últimos anos que é até difícil imaginar a onde nós vamos chegar nessa evolução tecnológica.


E o programa do senhor, tem uma página no Facebook ou no Twitter?


Não, nessas modernidades eu não me atrevo. Eu apenas acesso a Internet e transmito as notícias. Quem quer ouvir o Rogério Serman, tem que ser pelos 1080 da Rádio Clube.


Qual o público do programa do sr., a faixa etária mesmo?


Graças a Deus, nós temos um público com um espectro bem amplo, desde jovens até pessoas mais idosas, e todas as classes sociais. Esse detalhe que é interessante: nós temos audiência tanto na classe A, quanto na B, quanto na C, quanto na E. É um público bastante diversificado.


Para os próximos anos, um programa do estilo que o Sr. faz aqui na rádio, o Sr. acha que ele tem que procurar se inserir em algumas redes sociais, como o Facebook, ou o Sr. acha que não é preciso?


É interessante sim, é interessante, é a modernidade, mas com a qual eu não me atrevi ainda a acessá-la. Gosto da Internet, uso bastante a Internet, mas eu entendo, por exemplo, o Facebook, o Twitter, invadem muito a privacidade das pessoas. E eu não gosto disso.


No programa do Sr., os ouvintes lidam para pedir música, alguma coisa assim?


O meu programa é estritamente informativo e prestador de serviços.


E o contato com o público?


Telefonicamente eles fazem, eu sempre deixo o meu telefone à disposição. Eles querem saber detalhes a respeito das informações prestadas, cachorro perdido (tem muito disso)...e é uma felicidade a gente poder encontrar um cachorrinho perdido por alguém que o ame e goste do animal. Proporcionar essa interligação entre a sociedade e a rádio é muito importante. 

“Quem quer ouvir o Rogério Serman, tem que ser pelos 1080 KHz da Rádio Clube”

Locutores que atuam no rádio há muitos anos, relatam, no vídeo, a adaptação pela qual tiveram que passar com a modernização da tecnologia.

Ouça aqui a entrevista na íntegra com Rogério Serman